Ser Humano Adoecido II

….e parece que conseguimos adoecer mais ainda.

Desde o  primeiro artigo deste tema, observamos uma evolução (ou involução) do ser humano que agora culmina com sua insanidade maior, seu transtorno  maior de desatinos de comportamentos enviesados e absolutamente absurdos e incongruentes.

O ser humano do avesso. O certo, agora errado; o agressor, agora a vítima;  a lógica, agora insensatez; o silêncio se instala no medo, na impossibilidade de  dizer “Não”.

O indivíduo apequenou-se, encolheu e podemos dizer que segue o ritmo de todos, sem questionar o que quer  de fato, apenas seguindo o bando, seguindo a maioria para não parecer exceção, medo de ser autêntico, de apoiar-se em si mesmo, de escolher diferente e ter coragem de ser fiel ao que pensa de fato, independente da “turma” que segue e escolhe as mesmas coisas em suas mentes formatadas.

Como o ser humano ficou achatado dentro de tudo isso, a natureza começou a falar em seu lugar.

Um livro chamou-me atenção: “O barulho do fim do mundo” de Denise Emmer. São poucos os livros que leio fora de minha área de trabalho (Psicologia/Psicanálise). Aliás, o título já em relevo grita aos olhos. Os personagens trazem seus transtornos, cada qual com seus mecanismos de defesa, se encolhendo e…. de maneira surpreendente, deixando que as “coisas ao redor” falem e decidam por eles, assim como a natureza que hoje fala por si só e se revolta, num degelo, num tsunami,  na maré que se levanta , nas crateras que se abrem, nos vulcões que se rebelam, nos ciclones, nas temperaturas desequilibradas e assim por diante.

A “casa”, personagem no livro, que se revolta. Talvez, sem perceber, a autora descreve exatamente nosso momento de regressão, de anulação e de incongruência.  Indico a todos. Leitura intrigante, complexa, profunda e desconcertante, um livro que se enquadra perfeitamente em workshops de Psicologia, pois esse “barulho do fim do mundo”chegou até nós!

Dificuldades e Aprendizados na Pandemia

Muitos perguntam: O que você aprendeu neste período de distanciamento social?

Uma coisa é bem certa, houve o aprendizado do “desapego”.

Desapego dos inúmeros sapatos e bolsas guardados no armário, desapego às roupas, do dinheiro, pois mesmo tendo dinheiro você não poderia viajar ou se hospedar em determinado hotel, etc., etc.

É, nesse momento, que concordamos com o que foi escrito: “E não é a vida mais que o alimento e o corpo mais que as vestes?” (Mat. 6:25b)

Ficamos paralisados, tendo sem usar, tendo e não podendo gastar, tendo e não podendo ir. Continuar lendo

Pânico

“Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”. (I João 4:18)

“Senti o coração disparado; uma sensação de perda de controle como se eu fosse desmaiar, morrer ou ficar louco!”. Esse é o relato que, normalmente, se ouve de alguém que passou por um ataque de pânico.

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O Ser Humano Adoecido

Elo Fraco

Elo Fraco

Muitas são as perguntas sobre a causa de crianças e adolescentes que apresentam doenças “de adultos”.

O que acontece com eles, atualmente, que antes, não acontecia?
Nas décadas de 50, 60 e 70 as crianças eram ainda “crianças” com brincadeiras de crianças, cercadas por familiares e, principalmente, pelas mães que as mandavam para a escola somente aos 6 ou até 7 anos de idade. A diversão era na rua (na época, segura) ou mesmo dentro de casa. O apoio dos pais (onde a permanência mais duradoura dos casamentos existia) dava a essas crianças o suporte necessário para que crescessem sentindo-se seguras e amparadas.

As mudanças, já as conhecemos bem:

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